quarta-feira, 28 de março de 2012

No reflexo ...

Vi seus olhos pelo reflexo do vidro
Naquela noite fria, naquele meu olhar frio
Seus olhos cansados
Já um tanto machucados

Em seguida, vi no espelho dos seus olhos
Os meus olhos... Que já padeciam
E um procurava o outro
Como forma de ajuda... Pois só tínhamos um ao outro.

Vi no reflexo do vidro daquele ônibus
Os seus olhos, que pareciam tão bonitos antes
Mas um tanto distantes, pareciam cheios de dor
Vi naquele reflexo, daquele ônibus, no frio dos meus olhos.

Eu quase que esqueço o que faço
e esqueço da onde estou, diante da força que vejo
Não é fuga... É força.
É a morte, em todas as noites que se dorme

É um ... Eu tenho que ficar pé
Nada me abala
Eu posso... Eu consigo ...
E no fundo... Apenas um alguém escondido

Alguém... Que se acha fraco
Um alguém... Que quer chorar, gritar de tanto chorar
Que quer dizer ser fraco, e implora, um colo de um amor verdadeiro
E um alguém, que não use do que dá, pra se cobrar...

Sou um hipócrita!

Não há nada mais inspirador
Nem nada mais vivo
Do que a dor
A dor, de se sentir vivo...

E passo em versos
Tudo o que sinto
O que já senti
E tudo permanece vivo

De tal forma, procuro
Procuro algo que me desligue
Me tire a inspiração
Me tire a dor... Me tire a vida.

Não há mais nada que procure
Do que algo que me faça parar de respirar
De uma doença que me cure, dos olhos continuarem abertos
Dessa vontade de morrer, que me mata e não me leva

A morte é um grande engano
Não é lá algo ruim
Só basta um belo motivo
E o grande motivo é a vida...

A dor é cada inspirar
é cada expirar
A dor vem em cada batida que o coração da
E a dor é tudo o que me faz vivo

A morte já não parece algo distinto
Mas algo que salva
A vida na morte, é algo hipócrita...
Sou um hipócrita!

A espera... Pelo que me leve...

Meu riso é vazio
Os meus olhos não tem brilho
E o meu corpo é ligado a alma
Minhas lagrimas escorrem do peito

Do meu coração brota a rosa morta
E da boca saem palavras sem tom
Voz não se cria melodia
Meu corpo é meio assim... Meio morto ...

E quase imploro por conforto
Quando eu paro no sinal
As vezes me chamam de palhaço,
ou vezes de meio louco

Mas com certeza não sabem nem um pouco
De como tudo vive e morre dentre de mim
E ainda me pergunto...
Como uma rosa... Pode nascer no deserto ...

Aqui dentro já não há mais historia
Já não há mais vitória
Só há a espera pelo tempo
O tempo que há de levar a minha vida embora.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Olha só...

Será que agimos mesmo certo ?
Ou foi só o tempo que passou ?
No mar vejo um horizonte que diz
Que o infinito é só uma bobagem

Veja só... Um trevo De quatro folhas
Uma estrela cadente...
E os ponteiros do relógio são as belezas do tempo
E os números são as coisas que nunca voltam

Sente só, o meu coração
E me diz o que ele te diz
Ele bate forte quando você encosta?
Ou é só força de expressão ?

O coração é um só
Mas as batidas são tantas
O ponteiro é um só
Mas são tanto os números...


Preciso respirar junto a você.

Não desvia teus olhos dos meus
Eu preciso dos teus olhos nos meus
Não descola teu corpo do meu
Eu preciso do teu corpo colado no meu

Não tira a sua atenção das minhas palavras
Não quero que se engane, quero que tenha certezas
Não deixa seu coração bater em outro ritmo
Preciso respirar junto a você

Não deixe me deixe te dominar
Nem tente me dominar
Deixa só nossos corações baterem juntos
E nossas mãos não se soltarem

Não solta suas mãos das minhas
Nem deixa seus cabelos serem levados pelo vento
Se não for com o mesmo vento que leva os meus
Não deixa as incertezas serem certas

Não deixa as certezas serem incertezas...
Eu preciso de você
Como quem precisa de agua
Só quero que você  me diga o porquê ... 

Escuta meu coração, que pede só...

Palavras são erros
As atitudes é que são as certezas
Não, não vá agora
Ainda tenho muito o que dizer...

Não, por favor não vá agora
Preciso que você fique, sem que eu tenha que pedir pra ficar
Quero que você segure a minhas mão, e me passe a sua certeza
E que me faça ver como tudo vale apena

Fica comigo agora...
Não me deixa assim...
A noite vem vindo...
E eu tenho medo do escuro...

Escuta o que eu tento te dizer
Escuta meus olhos
Escuta meu coração, que só pede...
E pede a morte, e o inicio da vida em teu ser...

Êxtase.

E hoje já não sei quem sou
Nem o que preciso fazer
Não sei nem mesmo o que significam as horas do relógio
Me procuro, quero saber onde estou

O que não daria para ver de novo aqueles dias
Em que sonhar não era o maior dos sonhos
E a morte era só uma constante distante
Em que a morte não era o maior dos sonhos

Nos olhos de quem chicoteia a própria alma não há
Nem haverá de haver salvação
Nem muito menos haverá mais prazer do que a dor
E tão grande seria o êxtase  da morte...

Deixe a luz acesa

Deixa a luz do quarto acesa
A noite vem vindo
E eu venho andando com ela
A tristeza é tão clara

E as flores são tão negras
As arvores tão brancas
A chuva, só chuva
E só o que toma a cor é o infinito
É o meu sonho...

Quem sabe o canto que toca em meu peito pare
E minha ultima musica seja uma boa causa
E meu maior sonho? È a morte... Mas deixe a luz acesa...

terça-feira, 6 de março de 2012

Anjo e Demônio. Demônio e anjo.

Estava realmente disposto a recomeçar
Mas a imagem do seu coração veio mais uma vez em mim
E não aguentei a vontade, perdi-me nos devaneios uma vez mais
Lembrei então da gota de sangue que caíra um dia antes

Não aguentei e corri, mais uma vez
Eu sentado, comigo mesmo, no meu escuro
Abaixo-me e concentro-me, es minha vida andando
E meu coração vivendo, morrendo, vivendo, morrendo

Nesse embalo, lembrei-me de nós dois
Deitados na grama, numa tarde
Enquanto eu tentava te fazer pensar
E você pensou... E eu corri de mim, uma vez mais. E vivi.

No dia seguinte, você me amou horas constantes
No dia depois, me cortou os pulsos
E então do meu sangue, matou sua cede
E das minhas asas, voou, mais uma vez. E Morri.

E então, como anjo e demônio
Como demônio e anjo
Eu fui te fazendo voar como anjo, e você me matando como demônio
Você me salvando como anjo, e eu te levando como peso, de demônio.

Vivemos, Morremos, vivemos, Morremos
Uma vez mais aqui, mais uma vez ali.
E caminhamos, no final de tudo, sem asas, e sem pesos
Com os nossos rostos pálidos, iguais, e olhos tristes.

Como de Anjo e Demônio, de Demônio e Anjo
Homem e mulher, Mulher e homem
Amor e dor, dor e amor
Uma vez mais vivemos, mais uma vez, morremos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

E terá de ser então disposto ao oposto.

Se quer algo descente
Que venha a frente
E não atrás, se quer algo que venha a vir
Que venha como chega a chegar
E descanse onde há descanso

Se quer algo que possa ser entendido
Entenda ... Apenas Entenda...
Se quer coisas, não siga apenas coisas
Tenha sentidos, tenha nexos... Tenha porquês
Porquê não e porquê sim... Mas que não seja só um "só"...

E não seja só vento... Não seja só o que ha de ser
Que seja o que é... O que foi e o que será...
E o infinito que ha... Depois que a janela se abre
O que vem, depois das estrelas virarem sonhos...
E vento... Ser o sentido que nos faz sentir o vento.

Mas nem sempre acompanha-lo, porquê talvez
Talvez... Onde queira chegar, seja o oposto dos seus sentidos...
O oposto do vento...
E vento perdera os seus sentidos
E terá de ser então disposto ao oposto.

sábado, 3 de março de 2012

Viva no infinito...

Olhe essas pessoas lutando
Olhe para toda essa imensidão
Olhe para os problemas ao redor
Pra onde todas essas pessoas vão no final?

O que acontece com elas ao fim de cada batalha?
O que elas perdem? Ou melhor, o que elas ganham?
No dia seguinte começa todo um inicio
E o que elas ganham é motivos para chorar

Motivos para se pesar
E o mundo pesa...
E como pesa
e tudo no fim do dia pesa

Passam as horas, passam os dias, passam os anos
E eu fico aqui olhando, e me decidindo pra onde vou
Ou mesmo se vou, se vou continuar nessa luta...
Nessa luta que não acaba...

Em cada guerra que se cria, pessoas morrem
Neste caso, sentimentos morrem, então pra que criar guerras?
Há todo um infinito a se olhar pela janela
Pra que se contentar, ou querer o finito que se cria

Então levante-se, e abra a janela ao invés de se criar motivos
Motivos para novas mortes
Motivos pra mais corações morrerem
Abra a janela e veja o infinito, as estrelas, o sol... E tudo o que é belo...
E tudo o que pode ser seu... E ainda não é de ninguém...

Chega a noite... E olho pela janela...

Chega a noite e eu olho para minha janela
Olho para o céu
Começo a tentar me ver naquelas estrelas
Ser uma delas, poder te enxergar lá de cima

Te olhar por todos os segundos possíveis
Queria estar lá em cima
Ou simplesmente deixar uma parte de minha alma
E ter consigo uma parte da sua

Andar sempre ao seu lado
E você sempre ao meu
Ser quase um só, nos misturarmos
Ter corações que saem do corpo, corações que se misturam

E eu ainda fico a olhar para meus sonhos
Tentando em num deles, acha-la, menina dos sonhos meus...
Num lugar onde você nem eu, se vá no fim do dia
O lugar onde se pode tocar o céu

Tocar o vento, tocar o sol...
E a chuva tomar com a cede de mundo
Ouvir o som das folhas, e sentir o gramado no chão
Viver no plano... Viver com uma melodia para cada momento...

Viver com o sorriso, e vezes lagrimas
Não gosto de rotinas
E as vezes são necessárias as lagrimas
Pro sol vir depois da chuva, trazendo as cores do arco-íris...