Me vi olhando...

Deitei em minha cama
Pensei por algumas horas
Me vi olhando o passado
Me vi fazendo fotos do passado

Me vi nos erros, que estão em minhas cicatrizes
Me vi caindo em outros buracos
Naquele quarto...
Naquela noite...

Minhas asas se fecharam
E meu peito abriu
Meus olhos se fecharam
E lembrei de alguns rostos, de alguns sonhos...

Me lembrei de quando sonhava
De quando era forte
De quando via, e via...
Algumas vezes fazia... Mas não era covarde de desviar os olhos...


Ofereci minhas asas, ofereci um voo rasante
Ofereci meus sorrisos... Mas quiseram minhas lagrimas...
Foi então que voltei pra casa...
Voltei pro meu quarto... E apenas lembrei de tudo...

Julieta... Me manterei vivo em você...

Se um dia teu amor faltar
Te dou um pouco do meu ar
Se teu ar um dia faltar
Te dou um pouco do meu amor...

E do teu sorriso,
tiro o meu sorriso
E se a noite vier
Arranco de um canto, um sol

Se seus olhos estiverem cansados,
Puxo pro canto o dia...
E quando minha vida acabar
Teus olhos ainda ficaram no lugar do meus

E quando parar de respirar
Sei que teu ar, vai me salvar...
Enquanto vejo a minha luz
No escuro não me perco

Enquanto vejo você
Minha vida fica assim... Viva...
Se um dia minha vida faltar... Me manterei vivo em você...
Se um dia sua vida faltar... Você se manterá viva em mim...

...Julieta... Não é mais apenas parte de mim... é meu todo.

Se o destino vier, diga a ele que minhas portas estão fechadas
Se ele vier mesmo, diga que o meu futuro esta traçado
Porque quero você do meu lado...

Outras caminhos não irão me tirar do meu sonho
O meu coração não vai desviar do nosso caminho
Porquê não te quero apenas com o coração, mas com a cabeça, com o corpo

Te quero de uma forma que nunca quis ninguém...
Não simplesmente porquê amo como você cuida de mim
E sim porquê você é a vida dos meus olhos

O ar que sopra em meu peito
E o calor que me mantem quente...
È minha vida, é meu espirito, é minha alma...
Não é mais apenas parte de mim... Virou o meu todo...

...Um anjo...

Me encontrava no escuro
debruçando meus braços em meus joelhos
rangendo meus dentes, vendo meus pesadelos nas paredes
e enfrentando alguns medos...
ali naquele canto, naquele escuro...
Abrindo os olhos...

Então, que de uma finda da janela, surge um anjo...
Segundo aquele anjo, era eu uma espécie, especial
Tinha olhos penetrantes, uma força combinada a mente...
Um coração pequeno e grande
Uma memoria ruim... O que favorecia...
E tinha mais do que olhos, havia dor sobre as pupilas

Havia facilidade em construções ou destruições
E ele me oferece sua mão
Pra me levar pra cima, ou pra me levar pra baixo...
Causar dor, ou causar conforto...
E minha escolha foi ficar entre os dois
Mas sem muito pensar para a resposta, fiquei deslumbrado observando suas asas...

Fiquei olhando mais um pouco...
Até que as suas asas se fecharam, e este sumiu...
Meus olhos atentos tentavam procura-lo
ouvi alguns sussurros, que vinham junto a uma respiração e um som de algo batendo...
“Morreremos nos erros, para conseguirmos novas tentativas de acertos”
“Aprenda mais uma vez a voar... Você já tem as suas asas...“

Meus olhos...

Olho para meus lados, cada vez vejo mais
Vejo mais, e mais...
Meus olhos enxergam onde nunca havia enxergado
Vejo cada vez mais um mundo bonito, e cada vez um mundo mais feio.

Mas a minha vontade de viver aumenta
E a minha vontade de mudar e ajudar diminui
Mas se Deus me deu uma boca, é pra sorrir?
ou seria para fazer sorrir?

Não sei.
Mas necessito, mais do que isso
preciso sorrir, e ver sorrisos...
para retirar o vazio...

De tudo o que já vi, contradigo com o que já vivi
Mas quero viver mais e mais, pra poder ver mais e mais...
Quem sabe não encontro um meio termo?
Entre o feio e o bonito...

Sem meio termo...

Se é vida ou morte
Noite ou dia
Céu ou terra
Claro ou escuro
Sem mais meio termos, sejamos diretos...
Se ama ou se odeia

Cansei...

È difícil
Te olhar, e sorrir
Repreender em mim toda essa magoa
È difícil viver quando já morreu

È difícil voar... Já esqueci como é que se faz...
Meu coração tem o peso, que antes não tinha
Deve ser toda a massa, que ficou por cima
E toda a magoa que não retirei...


Feche a porta, não me deixe nem bater
Deixa iludir, me deixa brincar
Me deixa tentar ser feliz...
Cansei de tudo isso...

Cansei dessa confusão...
Cansei desse vazio...
Cansei dessa ilusão...
Cansei dessa solidão...